Uma das doentes que mais me marcou neste serviço foi uma senhora, dos seus 70 anos, que entrou entubada, sedada, completamente ausente, e saiu de lá para ir ter com os filhos a sorrir. Sorria tanto, essa senhora...
E eu fiquei a pensar: o sorriso é mesmo uma coisa muito poderosa..
Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.
Eugénio de Andrade
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