sexta-feira, fevereiro 29, 2008






"In a bullet proof vest
With the windows all closed
I'll be doing my best
I'll see you soon
In a telescope lens
And when all you want is friends
I'll see you soon"
foto:Coimbra, avenida emídio navarro

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

bebendo certezas de um copo vazio

Não acredito em definitivos. O único fim é a morte.

Talvez tenha a ver com a morte dos meus pais. Talvez.

Tudo é tão relativo que a vida acaba por ser uma questão de sorte.

Estamos cá porque nos deixam.

Esta não é a nossa casa, e somos constantemente lembrados disso.

No fundo, somos inquilinos mal aceites, mas habituámo-nos ao movimento inconstante do limbo. Enganámo-nos e fingimos sorrisos, fugimos de nós e refugiámo-nos na nossa loucura. Inventamos verdades, inventamos convicções (e fingimos sorrisos). Inventamos constância na inconstância e sorrimos à dor.

Tudo é um nada. E uma nada tão grande que nos suga a alma e nos faz acreditar que há algo mais, que tudo é tanto mais.

A racionalidade é a causa da minha morte.

(texto escrito há tanto tempo)

segunda-feira, fevereiro 11, 2008


Parabéns a miiiiim! Passei a anatomia e o meu ar tornou-se mais leve, o meu sol tornou-se mais claro, a minha visão mais nítida!!


e agora, só para dar um cheirinho do tormento que passei para atingir tal facto, aqui vai um texto que escrevi neste tempo de clausura e opressão:


nothing is ever really enough
torço-me e contorço-me envolta num mar de teorias

de cordas que me apertam os músculos

de fios que me rasgam a pele

desaprendi a gritar e

sou dissecada perante uma multidão voraz de olhos ávidos de sangue

(olhos enormes negros ferozes)

o rosto abre-se num esgar de dor os olhos fixos vazios a expressão aberta num grito mudo ecoando e ressoando nas grutas obscuras das cavernas da alma