quinta-feira, abril 26, 2007


O aeroporto é um local de passagem entre o nada e coisa nenhuma.
Foi a principal ideia que eu tirei do filme "The terminal"
(não me lembro da tradução para português).

Bem poética por sinal.


é o tempo quebrado entre o nada e o infinito


é o espaço físico imaterial, não corpóreo


um pertencer a nenhum lugar


um estar sempre a caminho


é o limite da pertença

da identidade



o compasso de espera necessário



por isso é que eu gosto tanto deles

quarta-feira, abril 25, 2007

A liberdade de expressão nunca será totalmente alcançada!

(?)

Fui pesquisar na Wikipedia:

Liberdade de expressão é o direito de se manifestar opiniões livremente.

A liberdade de expressão é um conceito considerado freqüentemente integral nas democracias liberais modernas para eliminar a censura.

O direito à liberdade da expressão para a maioria não é considerado ilimitado; os governos podem proibir determinados tipos prejudiciais de expressões. Sob a lei internacional, as limitações no discurso livre estão restritas à um rigoroso teste de três critérios: ser baseados na lei, perseguir um objetivo reconhecido como legítimo, e ser necessário (isto é, ter um propósito) para a realização desse objetivo.

( proteger a liberdade do outro impõe sempre uma limitação à liberdade de expressão, ou seja nunca seremos totalmente livres, nem nós que os protegemos- aos outros- nem eles que são protegidos, ou seja a liberdade não pode ser absoluta enquanto vivermos em sociedade, e só em sociedade é que poderemos ser verdadeiros seres humanos, transmitir as nossas ideias e comunicar!!Não há ser humano sem comunicação e sem interacção com outros.)

Entre os objectivos considerados legítimos está a proteção dos direitos e da reputação de outros (protecção contra a difamação, calúnia ou injúria), e a protecção da ordem, da segurança nacional e do público, da saúde e da moral. As opiniões variam extensamente entre povos, nações e culturas diferentes a respeito de quando a limitação do discurso livre se encontra com estes critérios.

( ou seja, o conceito de liberdade varia de pessoa para pessoa, por isso nunca será universal e absoluto enquanto -mais uma vez- quisermos respeitar as opiniões de cada um e as suas crenças)

E agora, quanto à censura?

No sentido moderno, a censura consiste em qualquer tentativa de suprimir informação, opiniões e até formas de expressão.

O propósito da censura está na manutenção do status quo, evitando alterações de pensamento num determinado grupo e a consequente vontade de mudança. Desta forma, a censura é muito comum entre alguns grupos, como certos grupos de interesse e pressão (lobbies),religiões, multinacionais e governos, como forma de manter o poder. A censura procura também evitar que certos conflitos e discussões se estabeleçam.

(os lobbies nunca vão ser eliminados, e vai haver sempre interesses pararelos. As religiões precisam de crentes para sobreviver, e só manipulando estes consegue mantê-los do seu lado; a manipulação é necessária, é preciso perverter opiniões, no sentido de conseguir obter alguma ordem; e muitas vezes as pessoas querem mesmo ser manipuladas, no caso da religião por exemplo, quando se encontram com dúvidas em relação ao sentido das suas existências precisam de acreditar em algo maior, precisam de um guia, e nessa altura tornam-se presas fáceis nas mãos da Religião; precisamos na nossa sociedade, de ter um papel activo, de nos sentirmos necessários, de seguir determinadas regras para nos sentirmos confortáveis, e é nessas pequenas "fraquezas" humanas que os governos e os políticos pegam, "orientando-nos" da maneira que convenha - naturalmente, a que lhes convenha mais a eles, o instinto da sobrevivência não está totalmente adormecido)

Pode também a censura ser entendida como a supressão de certos pontos de vista e opiniões divergentes, através da propaganda, manipulação dos média ou contra-informação. Estes métodos tendem a influenciar e manipular a opinião pública de forma a evitar que outras ideias, que não as predominantes ou dominantes tenham receptividade.

Quantas vezes somos manipulados por dia? É muitas vezes difícil de se ter noção. Sou manipulada quando faço coisas sem saber bem porquê, e o "melhor" de tudo é que também já ninguém nos pergunta, porque fazes isto ou aquilo, e nós deixamo-nos andar acordados por fora e adormecidos por dentro, guiados por uma mão invisível que nos conduz até algum lugar, ou talvez não conduza.. ou talvez não haja nenhuma mão, talvez sejamos nós os nossos próprios escravos e façamos o nosso próprio inferno.
Se Jean-Paul Sartre dizia que "l'enfer c'est les autres", eu digo que o nosso próprio inferno somos nós. Consumimos o nosso próprio ar.
Não somos livres.

sábado, abril 14, 2007

beauty & masks (II)

Foi já há um século atrás que Fernando Pessoa escreveu e descreveu a nossa sociedade actual.
E cada vez mais actuais e prementes as suas palavras se tornam.
A publicidade é agora mais forte e mais agressiva do que nunca.
Somos constantemente bombardeados por modelos impossíveis de beleza, de modos de vida luxuosos, confrontados com um mundo dourado que todos sabemos não ser verdadeiro e que esconde um imenso vazio e uma intensa "podridão" de alma.
Não há espaço em televisão para pessoas comuns, para pessoas feias, a TV mostra cada vez menos a nossa realidade, havendo apenas um espaço exclusivo para ela nos telejornais.
As novelas são mundos à parte, repetindo a mesma fórmula exaustivamente (a da gata borralheira, a da opressão dos ricos sobre os pobres, os romances e traições venezuelanos, filhos que afinal são primos, inimigos que afinal são irmãos). Quer dizer, estes eram os temas da literatura por exemplo de Camilo Castelo Branco, como em "Amor de Perdição". E eu não acredito que a mentalidade da sociedade portuguesa não tenha evoluido desde aí! Não estará já no tempo de mudar um bocado a fórmula, de adaptar um bocado mais as novelas ao nosso tempo, de deixar de alimentar as pessoas com os mesmos dramas poeirentos e entaramelentos que anestesiam os cérebros?
Os reality shows (A bela e o mestre, big brother) mostram-nos o lado mais triste da nossa sociedade. Peço desculpa mas conheço muito boa gente que os condena da mesma forma que eu, nem todos os portugueses são assim tão primitivos como os que nos fazem engolir, e já nem todos nós aguentamos ver aquela degradação moral.

E, saindo um pouco do exemplo da TV, e voltando ao tema inicial, até mesmo nos nossos gestos mais simples se reflecte a forma como fomos e somos dominados pela opinião pública, e pelo olhar da sociedade. Quem consegue sair de casa sem pôr perfume, ou quem consegue sair de casa sem se pintar um bocado, sem arranjar o cabelo, tentar esconder um pouco quem realmente somos? São pequenas máscaras sem as quais conseguimos viver, que estão já tão enraizadas em nós que já nem nos apercebemos que as colocamos inconscientemente.

E assim andamos perdidos nesta ilusão, a vaguear entre o consciente e inconsciente, alimentados por este sonho dourado que sabemos inatingível e portanto apetecível.

(lembrei-me disto quando vi, numa revista -parece-me que era a Sábado-, a Allegra Versace, herdeira do trono Versace, que parece que sofre de anorexia. Não tem grande ligação, eu sei. :) para ver uma imagem dela, cliquem aqui)

sexta-feira, abril 13, 2007


Cerca de grandes muros quem te sonhas.
Depois, onde é visível o jardim
Através do portão de grade dada,
Põe quantas flores são as mais risonhas,
Para que te conheçam só assim.
Onde ninguém o vir não ponhas nada

Fernando Pessoa

- why do we hide from ourselves? -

na foto:Aishywara Rai, considerada a mais bela Miss Mundo de todos os tempos

segunda-feira, abril 09, 2007

do you know who's beautiful?


you are
yes you are

Porque ela hoje faz 5 anos :)


quinta-feira, abril 05, 2007

innocence



na foto: o João
local: Dublin, somewhere near Guinness Storehouse and Brewery museum, I think


Simplesmente
Achei piada ao contraste entre o menino João e a mensagem da parede