domingo, agosto 26, 2007

sob o hálito acre da minha existência de nadas



Hoje, perdida na névoa de mim,tudo me é estranho.
Todo o sentido foi perdido ao longo das minhas passadas.
O meu reflexo, perdi-o nos espelhos da minha infância.
O que há de mim, o que sobrou, é um meio caminho sem direcção.
Sinto tudo isto (ou a ausência do que sinto) e todo o vazio do meu ser se condensa
em gotas suspensas do meu rosto inexpressivo, como resultado do frio não exterior, mas interior.
No exterior, o vazio de mim desdobra-se em mil sorrisos, numa fúria imensa
de rasgar a carne da vida, para voltar a sentir o sangue a jorrar-me dos olhos.
Je suis mon propre enfer.
Não me basto.

quanto mais cresço menos me conheço



És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.

Fernando Pessoa, "Gato que brincas na rua"



segunda-feira, agosto 20, 2007

Karluv Möst, Praga em Agosto
Momentos para recordar:
passear pela Ponte de Carlos ao fim de uma tarde de Verão,
sem o seu rebuliço habitual, ao som da "Ave Maria" de Schubert,
tocada e cantada por artistas de rua


Temos (sempre tivemos) uma ânsia de comunicar, de falar, de preencher o vazio.
Numa atitude um pouco egocêntrica, pois apenas o fazemos para nos aliviar um pouco da carga
do que sentimos ou do que pensamos, para não nos sentirmos inúteis e vãos, e conseguirmo-nos rever senão em nós, noutra pessoa. A ideia é confusa.
Podemos por vezes estar tão perdidos no turbilhão de sentimentos e pensamentos que nos assaltam que não nos conseguimos distinguir no meio de toda a névoa difusa. Assim, sentimos necessidade de falar, e tentar explicar ao outro o nosso estado interior, rezando para que ele consiga sentir o que nós não conseguimos sentir totalmente (pois as nossas palavras nunca corresponderão ao que se passa no nosso imo), e que finalmente possamos rever uma parte (esperamos nós que verdadeira) de nós no outro, aquela que não conseguimos discernir no meio do nosso turbilhão.
Trata-se assim de uma espécie de consulta médica, mas em que se substitui a dor física pela moral ou espiritual, o que lhe quiserem chamar. Este último tipo de consulta torna-se mais difícil de realizar porque a dor espiritual, ao contrário da física, nunca é localizada, mas encontra-se dissiminada por todo o nosso ser, corpo e alma.
Somos assim todos um pouco psicólogos ao serviço da nação, tentando dar aos outros a paz que nunca conseguimos para nós, mas tudo isto no fundo se resume a uma atitude egocêntrica, a de sentir que somos indispensáveis, e mais uma vez não somos vãos.

(a minha cabeça hoje está assim, confusa)

quinta-feira, agosto 16, 2007






Amores proibidos


(Praga, numa galeria de arte algures pela Staroměstská radnice)



I fell in love with Czech ART NOUVEAU artist Alphonse Mucha's work since I've visited Prague.

(a inspiração da cidade magnífica ainda não chegou, Sandra :P)

segunda-feira, agosto 13, 2007


Estou em Pragaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
Depois de um voo atrasado 8 horas, de as malas chegarem inundadas por causa das cheias na Suíça, e de um dia de férias perdido por tudo isto, cá estou eu!
(um pouco atrapalhada com este teclado checo que tem acentos esquisitos e tudo fora do sítio)
Vou agora partir para Genebra.
Na shledanou!

(na foto está o famoso relógio astronómico localizado na Staroměstské náměstí)

quarta-feira, agosto 08, 2007



Ultimamente tenho feito coisas em que não me revejo
coisas em que não sou eu
Depois arrependo-me
E adoro

Ando a pisar a linha
Mas não consigo arrepender-me totalmente
de tudo o que faço
Afinal o que importa são os momentos e não a retrospectiva!

Mas que digo eu, estou praticamente de directa,
são palavras de uma louca.

As minhas palavras, leva-as o vento.
E talvez seja melhor assim.