(... may(be) not..) "Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?" Álvaro de Campos
terça-feira, março 20, 2007
asfixia
Enquanto as pessoas se interessarem mais pela vida do vizinho (que não conhecem (!), mas ouviram falar), do que pelos seus próprios assuntos, enquanto desviarem os olhos para o lado para não olharem para si próprios, enquanto não se levarem a sério e continuarem a refugiar-se na desgraça do outro, como é que Portugal alguma vez poderá ser mais do que é, um canto triste de pessoas tristes e azedas? Mentes mesquinhas que vivem frustradas na sua dor, e enclausuram as mentes que querem melhor! Velhos do Restelo, personagem que 6 séculos depois ainda domina a ideologia de um país - "não vale a pena".
Sonhem alto! Nós temos as ideias, deixem-nos sonhar!
Dêem-nos asas!
Não nos impeçam de levantar voo por causa da vossa frustração de nunca terem sido mais.
Deixem-nos tentar!
Podemos falhar, mas deixem-nos tentar!
Abram-nos as portas do mundo!
foto: Parnell Street, Dublin, março 2007
segunda-feira, março 19, 2007
sábado, março 17, 2007
sábado, março 03, 2007
variações
pelo sonho é que vamos
comovidos e mudos
olhos rasos de água
coraÇão entregue
extasiados pela demanda
encorajados pela vontade
vamos
chegamos?
não chegamos?
que interessa a chegada?
chegar é morrer
alcançar é perder
interessa beber um pouco da loucura
desse a quem a sua verdade matou
interessa seguir
interessa partir
a vida sem sonho é apenas a não-morte
é ser apenas o cadáver adiado que procria
a besta sadia
o número
a estatística
a existência
o pulmão que respira
o coração que bate
por que bate?
para que bate?
pobre de quem baste
o ser que sangra é o ser que singra
sangrar é ser
sentir é viver
doer é ver
a dor que nos humedece os olhos
e que, sendo vencida,
limpa a visão,
clareia a estrada
a dor ilumina a busca
e, caminhando, o sonho
percorre-nos as veias
incendeia-nos o ser
caminhar é viver
a demanda é final em si mesma
foto: Esposende, Fevereiro 2007
comovidos e mudos
olhos rasos de água
coraÇão entregue
extasiados pela demanda
encorajados pela vontade
vamos
chegamos?
não chegamos?
que interessa a chegada?
chegar é morrer
alcançar é perder
interessa beber um pouco da loucura
desse a quem a sua verdade matou
interessa seguir
interessa partir
a vida sem sonho é apenas a não-morte
é ser apenas o cadáver adiado que procria
a besta sadia
o número
a estatística
a existência
o pulmão que respira
o coração que bate
por que bate?
para que bate?
pobre de quem baste
o ser que sangra é o ser que singra
sangrar é ser
sentir é viver
doer é ver
a dor que nos humedece os olhos
e que, sendo vencida,
limpa a visão,
clareia a estrada
a dor ilumina a busca
e, caminhando, o sonho
percorre-nos as veias
incendeia-nos o ser
caminhar é viver
a demanda é final em si mesma
foto: Esposende, Fevereiro 2007
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