domingo, março 28, 2010

Então é assim: cheguei à conclusão que ainda aqui não falei do meu primo, que é o bicho de quem eu mais gosto neste planeta (se formos a contar com outro planeta, teria de incluir a anémona cor-de-rosa que vive em Marte, no terceiro regato a contar do ínicio, mas fico-me por este apenas).

Um destes dias, a personagem veio-me explicar como é que o homem-aranha vence o doutor octopus(?) no nível não-sei-das-quantas de um jogo qualquer (suponho que do homem-aranha?) de consola (agora que penso nisso,também podia ser um filme...).
Devo acrescentar antes de mais,que tudo isto sem eu lhe perguntar nada.
E o mais extraordinário é que, para o caso de eu não estar suficientemente esclarecida, junta a empenhadíssima (!!!) representação dramática da cena, e faz-me responder a perguntas sobre o dito assunto. Sempre acompanhadas daquele ar de "pobre coitada, ainda não deve ter conseguido entender a magnificência desta batalha cósmica".
É claro que eu já desenvolvi uma técnica para situações destas. Consiste na técnica mais rudimentar de se fingir prestar atenção a um assunto menos interessante do que a apanha da batata: apanhar uma palavra ou expressão a meio do discurso do outro e repeti-la em momentos alternados do discurso. No caso concreto, parece que o doutor octopus tinha um braço de ouro que o tornava invencível (até, claro, o homem-aranha o vencer).
Logo, foi possível que, após os esforçados esclarecimentos do miúdo, e algumas repetições da expressão "tentáculo de ouro"(ah pois é, são tentáculos e não braços) pela minha parte, a criatura se retirasse, convencida da reviravolta profunda que esta batalha efectuaria na minha percepção do mundo.
E eu, até agora, não consegui destrinçar o seu simbolismo.

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