Passou por mim na rua uma bolinha anti-stress gigante verde-água. Olhei mais de perto para perceber a que propósito ali estava e apercebi-me que estava uma pessoa a dar-lhe a mão.
"Nothing's impossible I have found For when my chin is on the ground I pick myself up, dust myself off And start all over again."
Já repararam na capacidade que o nosso cérebro tem de resgatar do nosso subconsciente memórias de imagens, cheiros, sons a partir de um estímulo quase imperceptível do mundo exterior e em como essas memórias internas que sempre lá estiveram mas só agora saíram do casulo ou foram processadas devidamente nos modifica o estado de espírito?
Estamos a andar na rua e de repente estamos no primeiro dia de aulas, agarrados às pernas da nossa mãe, envolvidos no perfume dela, e no cheiro da sala, o tamanho das cadeiras, tão pequenas e frágeis, os pacotes de leite distribuídos pela escola e a aquecer em frente ao radiador, e as mãos tão frias que nem obedecem à ordem para escrever.
De repente, o vestiário antes da actuação de ballet, aquela cara, aquele sentimento de tristeza/revolta que nos lembramos tão bem de ter mas não sabemos bem devido a quê ou quem. .....
Não acham espectacular? Eu acho espectacular.
terça-feira, novembro 09, 2010
Hoje descobri que gosto da Rádio Cantanhede. Simultaneamente apercebi-me também que já tinha mesmo muitas saudades de ouvir rádio.
e o bichinho da rádio abriu um olho, pronto a sair da hibernação
Embora não perceba grande parte das referências, uma vez que é sobre a Faculdade de Medicina de Lisboa, consigo entender e estar solidária com a ideia em geral.
Ai bolas, o tempo passa tão rápido.
terça-feira, novembro 02, 2010
Ontem, em viagem no interregional da CP, deparei-me com uma publicidade do INATEL, que me fixava ameaçadora da parede em frente ao meu lugar, e dizia mais ou menos isto:
"Portugal é dos países em que se fica acordado até mais tarde. A questão é: A FAZER O QUÊ?
Tem mais tempo livre do que pensa, vá ao teatro" (ou qualquer coisa assim a incentivar à cultura)
E isto deu-me que pensar.
Porque se nos outros países europeus uma pessoa normal consegue sair do trabalho e ir ao pub ter com amigos ou dar uma corrida, chegar a casa, tratar da casa, adiantar trabalho, e ainda poder sair para ver uma peça, um concerto, ou ir ao cinema, e depois disto tudo deitar-se cedinho, que raio é que nós andamos a fazer que não nos permite aproveitar o tempo tão bem como eles?