domingo, dezembro 13, 2020

Há frases que marcam um dia, uma semana, um mês, um ano

 "90 anos? 90 anos é para morrer" - proferido por um meu superior.

Sem juízos de valor.

Só para fazer pensar.


segunda-feira, novembro 23, 2020

Efeitos do trabalho em enfermarias COVID

 São 21 h da noite e estou pronta para ir dormir, sem conseguir abrir bem os olhos...

sábado, outubro 17, 2020

 Alguém mais está farto do menu "Futebol + COVID" ?

terça-feira, agosto 18, 2020

Estar em tele-trabalho a tentar fazer "consultas" por telefone...

 ... É descobrir que o meu vizinho do lado quando acorda gosta de ouvir música "trance" em altos berros

HELP!

sábado, maio 16, 2020

A 2 meses do início da pandemia COVID

Reparo que o meu telemóvel tem vestígios de sabão nas ranhuras, de tanto o lavar todos os dias quando chego a casa depois do trabalho no hospital.

Volto pela primeira vez a casa desde que o meu rapaz ficou doente. É tão bom ter as minhas coisas de volta. E é tão bom poder abraçá-lo finalmente.

Hoje, num sábado ensolarado, de céu tremendamente azul e árvores a rebentar de verde, passo pelo campo desportivo do parque florestal ao pé de minha casa (que esteve fechado durante dois meses), e vejo uma família de um pai com os miúdos a gritar de felicidade enquanto jogam futebol.

É tão simples.
E é tão bonito.

quinta-feira, abril 23, 2020

Só para um dia me lembrar desta época doida

Em média, lavo as mãos 22 vezes por dia.

E sim, em quarentena uma pessoa tem tempo para anotar estas coisas.

segunda-feira, abril 20, 2020

Lições da quarentena

Está decidido.
A nossa próxima casa tem de ter uma varanda.
Se é para viver com este vírus de forma permanente nos próximos anos, se é para andar a fazer períodos de quarentena de quando em quando, ao menos que dê para apanhar um bocadinho de vitamina D.

Ideias: http://www.oliviathebaut.com/

sábado, março 28, 2020

É preciso paciência...

É o que mais tenho dito aos doentes. O que é preciso agora é ter paciência...
Mas se me ouço mais uma vez a dizer isso sou capaz de despertar instintos suicidas. Sinceramente ainda não percebi como é que nenhum dos doentes me mandou à m****.

Estou há 7 dias em casa. Não é que não trabalhe, fazemos tele-consulta, faço atendimento e orientação de doentes pelo telefone, mas já estou a ficar sem ideias para me ocupar. Já limpei a casa com lixívia, já aspirei a casa, já fiz um bolo, já fiz a depilação, mudei a disposição dos móveis da sala, arrumei a  bijuteria. Li artigos científicos, li os livros que estavam na cabeceira desde há meses, vi uma série do princípio ao fim. Li muuuita coisa sobre coronavírus. Fiz exercício físico. Apanho sol à janela e vejo o autocarro passar - invariavelmente vazio- uma vez por hora.

Hoje até vi 10 minutos do programa do João Baião. E sabem que mais? Até gostei.
Estou a pensar recomeçar a tocar guitarra mas receio que os vizinhos vão chamar rapidamente a PSP.
Acho que o meu cérebro ainda se está a habituar ao esquema do trabalho rotativo e à nova realidade.

A maior parte do tempo passa-se bem mas às vezes dá a sensação que estou num elevador parado entre dois andares, à espera que alguma coisa aconteça.