domingo, agosto 26, 2007

sob o hálito acre da minha existência de nadas



Hoje, perdida na névoa de mim,tudo me é estranho.
Todo o sentido foi perdido ao longo das minhas passadas.
O meu reflexo, perdi-o nos espelhos da minha infância.
O que há de mim, o que sobrou, é um meio caminho sem direcção.
Sinto tudo isto (ou a ausência do que sinto) e todo o vazio do meu ser se condensa
em gotas suspensas do meu rosto inexpressivo, como resultado do frio não exterior, mas interior.
No exterior, o vazio de mim desdobra-se em mil sorrisos, numa fúria imensa
de rasgar a carne da vida, para voltar a sentir o sangue a jorrar-me dos olhos.
Je suis mon propre enfer.
Não me basto.

3 comentários:

Inês pessoa disse...

Há sempre essa sede de ser mais, e o vazio por ser tão pouco. Gostei da forma como te expressas!

Anónimo disse...

Não sei. A verdade é que as vezes me sinto uma inculta por nunca ter lido vergílio. O que escreveste é, na minha opinião, o sentimento universal de não nos sentirmos nada nem nínguem neste universo tão grande e tão disperso. Obrigada pelos comentários.

A. C. O'Rahilly disse...

É você real? Você existe? Por que? O senhor mesmofazer- as perguntas? Lá, você tem sua resposta para seu vazio e a frialdade. Agora, ler as duas respostas precedentes, lá é sua outra resposta.