segunda-feira, agosto 20, 2007



Temos (sempre tivemos) uma ânsia de comunicar, de falar, de preencher o vazio.
Numa atitude um pouco egocêntrica, pois apenas o fazemos para nos aliviar um pouco da carga
do que sentimos ou do que pensamos, para não nos sentirmos inúteis e vãos, e conseguirmo-nos rever senão em nós, noutra pessoa. A ideia é confusa.
Podemos por vezes estar tão perdidos no turbilhão de sentimentos e pensamentos que nos assaltam que não nos conseguimos distinguir no meio de toda a névoa difusa. Assim, sentimos necessidade de falar, e tentar explicar ao outro o nosso estado interior, rezando para que ele consiga sentir o que nós não conseguimos sentir totalmente (pois as nossas palavras nunca corresponderão ao que se passa no nosso imo), e que finalmente possamos rever uma parte (esperamos nós que verdadeira) de nós no outro, aquela que não conseguimos discernir no meio do nosso turbilhão.
Trata-se assim de uma espécie de consulta médica, mas em que se substitui a dor física pela moral ou espiritual, o que lhe quiserem chamar. Este último tipo de consulta torna-se mais difícil de realizar porque a dor espiritual, ao contrário da física, nunca é localizada, mas encontra-se dissiminada por todo o nosso ser, corpo e alma.
Somos assim todos um pouco psicólogos ao serviço da nação, tentando dar aos outros a paz que nunca conseguimos para nós, mas tudo isto no fundo se resume a uma atitude egocêntrica, a de sentir que somos indispensáveis, e mais uma vez não somos vãos.

(a minha cabeça hoje está assim, confusa)

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